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Value Stream Management ou Value Stream Mapping disfarçado?

15 02 2023
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Value Stream Management ou Value Stream Mapping disfarçado?

Estamos falando mesmo sobre value stream management ou estamos requentando o bom e velho value stream mapping?
Bom, primeiro vamos relembrar um pouco o que Value Stream Mapping.

Por: Roberto Baptista
Co-autor: Zózimo De Souza

Value Stream Mapping é uma ferramenta lean extremamente útil que pode ser usada por uma empresa com objetivo de identificar, mapear e então utilizar princípios e técnicas Lean para otimizar uma cadeia de valor end-to-end.

Na primeira etapa são identificados qual o valor entregue para o cliente (fim), e o gatilho que dispara a cadeia de valor. Uma vez identificados o gatilho e o valor gerado, os passos entre estes são então identificados. Nesta etapa também são identificadas as áreas e as respectivas pessoas que realizam as atividades em cada passo identificado.

Em seguida é realizado o mapeamento da cadeia de valor, que é o processo de medição dos tempos de execução de cada passo, os tempos de espera entre os passos, e o percentual de acurácia, que é o percentual de trabalho recebido do passo anterior que não foi necessária nenhuma correção.

O que foi descrito de modo bem resumido acima é apenas um momento inicial, porém muito importante do Value Stream Mapping, a primeira “fotografia”, assim por dizer, de como está uma cadeia de valor de uma solução, produto ou serviço.

Então o Value Stream Mapping não é só isso? Não, o Value Stream Mapping tem desdobramentos ainda sob a ótica de avaliação para se aprofundar nas cadeias de valor de suporte (Support Value Stream) e também em segmentos de cadeia de valor (Value Stream Segment).

E lembrando que como estamos falando de uma técnica oriunda do Lean, que remete desde o modelo Toyota(1), estamos falando de melhoria contínua. Ênfase aqui para “contínua”. Isso porque faz parte do Value Stream Mapping após o mapeamento inicial, trabalhar continuamente para que os desperdícios sejam eliminados, ou minimizados. E assim, de tempos em tempos, as medições serem reavaliadas e novas mudanças aplicadas.

Agora vamos lá, o que é Value Stream Management então?

Ao buscarmos os artigos mais recentes publicados na web, encontramos a maioria das publicações definindo Value Stream Management como um sinônimo de Value Stream Mapping(2–4). Algumas publicações até estão reduzindo o conceito de Value Stream Mapping ao ato de se identificar uma cadeia de valor e medir inicialmente seus tempos! E toda a riqueza que há depois estão chamando de Value Stream Management(5).

Por outro lado, ao resgatarmos alguns artigos científicos mais antigos, vemos alguns autores se referindo a Value Stream Management como um sinônimo para Value Stream Mapping(6).

 

Então o que é Value Stream Management?

Essencialmente quando nos referenciamos a palavra management/gestão estamos atrelando a parte “soft” da organização ao business e a visão estratégica. Ou seja, pessoas, sua forma de trabalhar e as habilidades necessárias para o bom resultado, atrelando a isso um propósito organizacional.

Então passamos a ter esforços que visam seleção e priorização estratégica do “valor”, assim como a definição do “estado futuro” desse fluxo que cria o valor. E claro, métricas para acompanhar a evolução e desvios. E na parte “soft”, nomeadamente estamos falando das equipes, as suas composições, seus workflows, sua forma de entrega, e os critérios de avaliar a qualidade e produtividade. Alinhando tudo isso ao propósito estratégico do negócio.

É suposto então que o VSM está mais relacionado à como criar uma topologia de equipes, integradas por fluxo de trabalho que beneficie a geração de um valor pré-selecionado estrategicamente.

Contudo, o grande desafio está no pressuposto que “valor” não é um alvo fixo, exigindo que esta estrutura de organização de trabalho/equipes seja adaptável. E ainda, o “valor” está sujeito a perspectivas de interpretações dependendo da posição da pessoa na cadeia de stakeholders. Por exemplo, no nível organizacional um professional que esteja alocado/trabalhando numa posição de alta administração o “valor” terá um viés mais subjetivos, com a visão de mercado e financeira embutidos. Já num nível mais operacional o “valor” será traduzido para uma perspectiva de execução, com a visão de viabilidade e o esforço de desenvolvimento embutidos. Esse ajuste fino sobre o significado do valor na prática cria a necessidade de um controle forte sobre as dependências do desdobramento do “valor”, porque as perspectivas geram “versões/alternativas” de jornadas de trabalho. Um outro exemplo seria sobre o significado de “valor” observado por pessoas posicionadas nos extremos da cadeia produtiva, ou seja, um Produtor e um Consumidor, ambos usualmente percebem o “valor” sob perspectiva distintas, ou seja, o apelo do valor está associado à perspectiva individual de quem o olha – tipo beleza pessoal ou gosto alimentar, e isso eleva a subjetividade sobre escolhas e decisões durante o ciclo de desenvolvimento. Então essas duas situações colocam VSM num cenário de alto dinamismo, e a visão sistêmica passa ser fundamental para ponderar as decisões pelo impacto no todo.

Logo, VSM passa por uma abordagem para gerir estruturas de equipes, um framework para estabelecer fluxo de entrega, e ambos adaptáveis ao contexto do valor, que por sua vez é variável. Ainda, um método para alinhar o significado de valor entre os membros das equipes.

Para entender melhor os desafios relacionados a este assunto, acreditamos que a resposta para a questão – O que é Value Stream Management? Depende, justamente porque o “management” amplia a abrangência do assunto, e exige como ponto de partida, uma discussão prévia sobre o “valor” no contexto estratégico, para que as partes envolvidas no desenvolvimento da solução adotem como premissa, e posteriormente possam mapear fluxos, definir estruturas e equipes, estabelecer métricas de acompanhamento etc., tudo ajustado ao “valor” para o negócio.

Deixamos aqui algumas perguntas que acreditamos ajudar a esclarecer o assunto e contribuir para um melhor entendimento sobre Value Stream Management.

  • Tempos de espera ou de execução de atividade estão relacionados com decisões entre cadeias de valor?
  • Trabalhos idênticos ou semelhantes são mapeados entre cadeias de valor?
  • As pessoas se sentem preparadas para seguir as melhorias propostas?
  • Como são tratadas as decisões sobre priorização de investimentos de melhoria contínua das cadeias de valor?
  • Quais topologias de equipes são mais apropriadas para fluxos?
  • Como sincronizar o significado de valor entre as diversas camadas da organização?
  • O que entendemos por adaptável nas estruturas de trabalho das equipes?

Qual a sua opinião? Enviei email para info@valuestreams.management

 

O VSM framework analysis é uma abordagem de análise para apoiar o desenvolvimento do lado “management” do Value Stream. Ir além do mapping, considerar estratégias de valor, topologias de equipes e design organizacional.

VSM_FrameworkFigura: Value Stream Management Framework.

Quando atrituimos o significado do management ao Value Stream passamos a fazer uma gestão mais ampla, em que os vários Fluxos da Cadeia de Valor sejam gerenciados, perceber o “todo” e gerir como uma carteira de asset – fazendo a gestão de um portfolio. Além disso a alocação dos recursos estratégicos – pessoas, financeiro, prioridades devem ser acompanhados de perto. Passamos a olhar para o comportamento organizacional, analisar a parte de operação e o horizonre do mercado. Eficaz na execução e observando um conjunto de métricas para tomar decisões baseada em dados. Não podemos pensar que apenas ao criar Squads e usar métodos ágeis passamos a ter business agility automaticamente. Gerir a cadeia de valor vai exigir um posicionamento adaptativo a entrega de valor, ou seja, um delivery approach com value-driven strategy.

 

Conheça mais sobre VSM em: https://valuestreams.management

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