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::: Blog MPM

Ser Pai: projeto, programa ou portfólio?

16 08 2012

Neste post, vamos mudar um pouco o foco.

Na última sexta-feira, fui convidado para fazer um discurso de Dia dos Pais, o que me levou a “grandes reflexões” sobre o assunto que gostaria de compartilhar com vocês.

Tradicionalmente, os discursos de Dia dos Pais, pelo menos dos que me lembro, são recheados de poesia, agradecimentos etc. Comecei minha pesquisa por aí. Descobri que o dia dos pais surgiu, institucionalmente, nos EUA, século XX. Assim como o dia das mães, é uma homenagem a um cara que é um dos pilares da família.

Mas o que isso tem a ver com projetos? Bem, filho é um projeto de longo prazo… só saberemos se deu certo 20 anos depois, ou mais. Por mais que planejemos, muita coisa vai mudar, o que nos remete aos PDCAs e ao ciclo OODA do post anterior, lembra?

A família é a sua equipe da vida. O maior investimento é o tempo. Seus recursos são atenção, cuidado e carinho.

Preparando-me para o referido discurso, lembrei-me de alguns amigos que reclamam que seus filhos estão sempre grudados em videogames, televisão, tablets, notebooks etc. Uma solução, segundo eles, é restringir os horários. Felizmente, isso ainda não acontece comigo e espero que não aconteça. A minha pequena mais velha adora Discovery Kids, filmes, iPad, bonecas… mas quando estamos em casa, ela deixa tudo isso de lado para ficar comigo e a mãe.

Isso me fez questionar por que os filhos preferem outras coisas aos seus pais. Minha conclusão foi tempo e atenção. Se os pais não tem tempo para os filhos, por mais que se amem, não conseguem demonstrar adequadamente. Isso resulta num “abismo” sentimental ou emocional que cria barreiras ao relacionamento. Não haverá confiança. Um ciclo vicioso se instala: pai não tem tempo para o filho, filho evita o pai quando este tem tempo.

Se pensarmos nas equipes de projetos e nas teorias de motivação, é óbvia a conclusão de que há algo errado na família do parágrafo anterior. Porém, às vezes somos tão cegos que não percebemos o quanto somos “inteligentes emocionalmente” fora de casa e “burros” dentro. As soft skills, que todo mundo quer desenvolver hoje (cursos, livros etc), são dá porta para fora…

Cedo ou tarde, o profissional estará desequilibrado. Robert Wong, por exemplo, diz que o segredo está no equilíbrio familiar-pessoal-profissional.  Vários outros autores, pesquisadores e mesmo pragmáticos reconhecem a mesma verdade.

Mas como conciliar essas demandas conflitantes (trabalho x família)?

Use o gerenciamento de stakeholders em casa! Soft skills, inteligência emocional… tudo o que puder. Achei muito bacana um vídeo que o Ricardo Vargas passou no PM Rank em que ele estava fazendo uma “sessão de planejamento” com as filhas dele, elas pareciam adorar! Lembrei-me que meu pai me levava ao trabalho dele algumas vezes quando eu era pequeno, talvez fosse uma forma de passarmos mais tempo juntos, mas era certamente uma grande diversão para mim. Hoje, não vejo filhos no trabalho dos pais. Que eu me lembre, em mais de 10 anos de trabalhos, não vi filho de ninguém visitando as empresas ou organizações onde estive.

Falar em planejamento pessoal e familiar é visto como auto-ajuda, assunto sem importância. Entretanto, não é possível crescer em um aspecto sem crescer nos outros. Não podemos ser apenas profissionais bem sucedidos, precisamos ser pessoas (integral) bem sucedidas.

Bem, era isso o que eu tinha para dizer. Espero que ajude meus amigos leitores a refletir e a serem pessoas de sucesso. Quem desejar e tiver tempo, pode as anotações que escrevi sobre os pais neste link.

Na próxima semana, voltaremos ao gerenciamento de projetos!

::: Autor do post