Teorias da Motivação e Influência do GP
Gerenciamento de Recursos Humanos é uma área extremamente importante para o sucesso dos projetos. Entretanto, os processos do Guia PMBOK®, apresentados no post anterior, não compreendem todos os aspectos da gestão de pessoas. Portanto, neste post vamos avançar um pouco mais em teorias da motivação e influência do gerente de projetos sobre a equipe.
Teorias da Motivação
Abraham MASLOW – Hierarquia das Necessidades
A teoria de Maslow é clássica e talvez a mais conhecida. A ideia é que existe uma hierarquia de necessidades e que as pessoas buscam satisfazer os níveis mais baixos para depois se preocuparem com os níveis mais altos. Uma vez satisfeito o nível inferior, ele deixa de servir como motivador.
Figura 1 – Hierarquia de Maslow (Fonte: Wikipedia)
Frederick HERZBERG – Teoria da Higiene
A teoria de Herzberg está dividida entre fatores higiênicos e motivadores, ambos relacionados ao ambiente e condições de trabalho. Os fatores higiênicos previnem a insatisfação, enquanto os motivadores impulsionam a satisfação.
Figura 2 – Teoria de Maslow versus Teoria de Herzberg (Fonte: Isadora Costa)
Victor VROOM – Teoria das Expectativas
A teoria de Vroom diz que a motivação é criada a partir das expectativas. Isto é: a expectativa de receber algo positivo é o que motiva as pessoas. Dessa forma, a recompensa deve ser adequada e compatível, além de ser possível e razoável. Outro aspecto importante da teoria é que segundo Vroom, as pessoas se transformam ou passam a se comportar da maneira que se espera delas (Trentim, 2011).
David MCCLELLAND – Teoria da Realização
Para McClelland, as pessoas são motivadas por três fatores: realização (ou sucesso), poder e afiliação (ou associação):
Sucesso | Procura alcançar sucesso perante uma norma de excelência pessoal. |
Afiliação | Procura relações interpessoais fortes. |
Poder | Procura controlar ou influenciar outras pessoas e dominar os meios que lhe permitem exercer essa influência. |
Douglas MCGREGOR – Teoria X e Y
McGregor desenvolveu a Teoria XY, representando duas vertentes opostas da administração.
A primeira, chamada Teoria X, baseia-se no pensamento tradicional-clássico da administração e considera que as pessoas são preguiçosas e indolentes, devendo ser dirigidas e supervisionadas continuamente. Em contrapartida, a Teoria Y defende que as pessoas são esforçadas, procuram e assumem responsabilidades. Segundo esse pensamento, as pessoas são competentes, automotivadas e têm capacidade de trabalhar em equipes autodirigidas (Trentim, 2011).
Pressuposições da Teoria X |
Pressuposições da Teoria Y |
As pessoas são preguiçosas e indolentes.As pessoas evitam o trabalho.As pessoas evitam a responsabilidade, a fim de se sentirem mais seguras.As pessoas precisam ser controladas e dirigidas.As pessoas são ingênuas e sem iniciativa | As pessoas são esforçadas e gostam de ter o que fazer.O trabalho é uma atividade tão natural como brincar ou descansar.As pessoas procuram e aceitam responsabilidades e desafios.As pessoas podem ser automotivas e autodirigidas.As pessoas são criativas e competentes. |
Agora que vimos algumas teorias da motivação, como o gerente de projetos pode influenciar, motivar e gerenciar as pessoas da sua equipe? Basicamente, existem cinco fontes de poder, descritas a seguir. É importante que o gerente domine mais de uma e que saiba como e quando utilizar cada uma delas.
- Formal (Legítimo) – baseado na posição do líder na estrutura hierárquica da empresa.
- Recompensa – baseado na capacidade que o líder tem de oferecer recompensa financeira, psicológica, política ou social.
- Punição – baseado na aptidão do líder em penalizar o liderado.
- Especialista – baseado nas habilidades e conhecimentos especiais do líder.
- Referência – baseado na influência do líder para com os subordinados, acesso a informações, ou relações com pessoas importantes ou influentes.
Uma das grandes dificuldades em gestão de pessoas e equipes é atribuir responsabilidades. Para isso, vale a pena revisitar os conceitos de Liderança Situacional.
Figura 3 – Liderança Situacional (Modelo de Hersey & Blanchard, 1986)
Portanto, a atribuição de responsabilidades depende do nível de maturidade dos membros da equipe.
Nível de Maturidade |
Atuação |
Baixa: pessoas sem capacidade ou disposição. Inseguras. | Determinar: o que, como, onde e quando fazer. Modelo autoritário de liderança. |
Baixa Moderação: pessoa sem capacidade, mas com confiança e disposição. | Persuadir: apoiador, explica como desenvolver e executar as tarefas. Dialoga, para orientar e auxiliar o colaborador. Essa liderança é uma transição do Modelo autoritário para o democrático. |
Alta Moderação: pessoa com capacidade, mas sem disposição ou é insegura, | Compartilhar: apoiador, o líder ouve, encoraja, valoriza a equipe e compartilha a autoridade para gerar segurança à equipe. Modelo democrático de liderança. |
Alta: pessoas capazes e dispostas. | Delegar: permite autonomia à equipe em seu modo de agir. O líder fica à disposição para quando for solicitado e apenas observa, monitora e acompanha os resultados. |
Para finalizar, cumpre ressaltarmos que gestão de pessoas é uma área de conhecimento bastante vasta. Algumas referências:
- Gerenciamento de Projetos e o Fator Humano, Paul Dinsmore
- Gestão de Pessoas nas Organizações (.PDF), Ugo Barbieri
- Série Gestão de Pessoas, FGV
Para se manter atualizado nas práticas de gerenciamento de projetos, vale a pena também visitar Voices on Project Management. Na próxima semana, apresentaremos alguns exemplos de ferramentas e técnicas para gestão de pessoas em projetos, tais como matriz de responsabilidades, organograma do projeto e o plano de gerenciamento de recursos humanos. Até lá!