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::: Blog MPM

Conversa Fiada – Qual o ROI de um pedaço de pizza?

06 09 2013

Preparei um post sobre Gestão do Valor Agregado para esta semana, como prometido. Entretanto, vou publicá-lo na próxima. Pedindo licença aos amigos leitores, eu queria tratar de um assunto extremamente importante em gerenciamento de projetos: pessoas.

Em vários posts já conversamos sobre soft skills versus hard skills. Eu, particularmente, sou um defensor das hard skills. Sem conhecimento técnico e competência, não tem habilidade pessoal, de liderança ou de comunicação que possa salvar um projeto. Todavia, as soft skills tem enorme impacto nos resultados dos projetos porque são as pessoas que executam tarefas e geram resultados.

Por mais que possamos investir em ferramentas, softwares e processos, a cultura e a estrutura organizacionais, e da equipe em particular, são fatores críticos para o sucesso dos projetos. As ferramentas não aprendem, não pensam e não tem vontade. As pessoas sim.

O que me motivou a escrever este post foram duas postagens no Blog do Dr Harld Kerzner. No primeiro post (My Most Important Project Management Best Practice), Kerzner compartilha uma “melhor prática” que ele tem utilizado na sua vida para evitar convites de jantar ou almoço. A melhor prática, segundo ele é:

Quando as pessoas me convidam para jantar, eu lhes pergunto: Por que você quer me levar para jantar? Isso os pega de surpresa e muitas pessoas se recusam a responder, tentando mudar o rumo da conversa.

  • Se eles têm uma razão válida, eu vou jantar com eles.
  • Se eles me dizem que é uma razão pessoal, então (…) digo a eles que podem se juntar a mim no café da manhã em meu hotel, entre as 06h30 – 07h00 para discutir o que quiserem. Eu faço com que eles entendam que às 7:00 eu estou indo para a minha palestra.

 

No segundo post (The Secret to Grabbing That Desired ROI: Dinner Team Meetings), Dr Kerzner defende que existem duas coisas que motivam a equipe do projeto: comida e dinheiro (veja também What’s The Return on Investment of a Slice of Pizza to a Project Manager?).

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Fonte (www.grantland.net)
Dr Kerzner defende a importância de conhecer os membros da equipe do projeto e se socializar com eles, levantando as seguintes questões:

  • Você encontra com os membros de sua equipe fora do trabalho?
  • Você conhece os interesses pessoais deles?
  • Você já conheceu os familiares (cônjuges, filhos) dos membros de sua equipe?

Nós preferimos reuniões demoradas e formais, seguindo procedimentos e mantendo uma distância fria entre as pessoas…

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Fonte: Dilbert.com

Na verdade, o que Dr Kerzner está sugerindo é que devemos todos colcoar em prática a Teoria Z (Theory Z – R Daft, 2004), que defende que a lealdade e o comprometimento das pessoas aumenta quando a organização, por meio de seus gerentes, demonstra interesse e apoio em suas vidas pessoais e profissionais, aumentando a satisfação e a produtividade. Parece algo mais ou menos óbvio, certo? Então por que não fazemos?

Não fazemos exatamente por causa daquilo que o Dr Kerzner escreveu no primeiro post, sobre aceitar ou recusar convites de jantar. O nosso tempo é considerado tão valioso que não temos tempo para os outros, algo que fica patente hoje em dia com a profusão de gadgets (More connected and yet more alone). Não temos mais tempo para “conversa fiada” porque queremos ser efetivos e eficientes, objetivos. Porém, estamos ficando cada vez mais em desvantagem por perder e não valorizar essas conexões pessoais.

Reuniões da equipe de projeto envolvendo suas famílias podem ter valor inestimável, por várias razões (segundo Kerzner):

  • Se você é como a maioria das pessoas, você discute o seu trabalho em casa com sua família, mas sua família nunca conheceu as pessoas que lhes dizem respeito.
  • Seu cônjuge pode não ter qualquer entendimento sobre gestão de projetos e ter uma discussão com outros cônjuges pode ser útil.
  • Os cônjuges terão um melhor entendimento sobre a pressão eo stress que os membros da equipe devem suportar.
  • Sua família vai ser mais capaz de ajudá-lo a gerenciar o estresse e pode obter dicas de outros cônjuges em como ajudar seu esposo a gerir o stress e pressão.

 

Espero ter chamado a atenção para esse distanciamento que temos observado. Não é fácil combatê-lo. Exige disciplina. Talvez seja hora de colocar “conversa fiada” em nossas To-Do lists (eu já coloquei). É um tempo para relaxar, ouvir e se conectar com outras pessoas sem preocupações e sem outros interesses (segundas intenções).

Na próxima semana, voltaremos com Gestão do Valor Agregado. Até lá!

::: Autor do post