Carreira em Gerenciamento de Projetos – Parte 3
Nos posts anteriores, traçamos a carreira de um GP desde o seu início até a certificação PMP. Como dissemos, o primeiro passo é reforçar seus conhecimentos, habilidades e competência técnica em sua área de conhecimento (engenharia, TI, marketing, finanças, administração). Fazendo um bom trabalho, você será naturalmente convidado a trabalhar em projetos desafiadores e assumirá maiores responsabilidades.
Chega o momento que, caso você deseje, deverá buscar conhecimentos em GP. O conselho do Prof. Marcos Alberto de Oliveira, coordenador da FAAP, é iniciar por cursos básicos e depois avançados de curta duração. Sugiro buscar conhecimentos sobre a utilização de softwares de gerenciamento de projetos. Neste início, vale a pena estudar e buscar certificações como CAPM e MCTS 70-178.
A próxima etapa é buscar uma pós-graduação em gerenciamento de projetos (leia esta reportagem do Valor Econômico sobre o assunto). Nesta fase, o profissional já tem bons conhecimentos sobre GP, irá aprofundá-los durante o curso e os aplicar no seu dia-a-dia. Conforme ganha experiência, o profissional pode buscar outras certificações como PMP, a mais reconhecida pelo mercado de trabalho.
Conforme você se tornar mais experiente como gerente de projetos, seus projetos serão maiores e mais complexos, criando a necessidade cada vez maior de se preocupar com a comunicação e com os stakeholders. Portanto, você terá que amadurecer suas softskills ao longo da caminhada como GP, essa é a opinião do Prof. Marcão, coordenador da FAAP.
Neste ponto da carreira, como um gerente sênior de projetos, gerente de programas ou de portfólio, serão necessárias outras habilidades. As empresas esperam que os profissionais sejam competentes e que compreendam o ambiente de negócios da empresa, aliando o planejamento estratégico e a execução do projetos. Portanto, conhecimentos sobre gerenciamento de portfólio e de programas será um diferencial.
Finalmente, chamo a atenção para a importância de os gerentes de projetos compreenderem (e dominarem) administração financeira. As empresas não fazem projetos por diversão, elas os fazem para ter lucro, retorno financeiro. Mesmo as organizações sem fins lucrativos, inclusive Governo, esperam que seus recursos sejam utilizados com eficiência, o que envolve boas estimativas e comparações entre projetos. Outra área de conhecimento que o gerente de projetos deve conhecer é a área de aquisições, pois cada vez mais ele terá responsabilidade de negociar com partes interessadas e fiscalizar contratos.
Para terminar nossa série de conversas sobre carreira, gostaria de dizer que nem todos os profissionais precisam se tornar GPs. Deve ser uma escolha bem pensada. As carreiras técnicas podem trazer retornos financeiro e pessoal tão bons quanto as carreiras gerenciais, desde que você seja um profissional competente e busque sempre se atualizar.
1) Além do PMI, existem outras organizações voltadas para a padronização e divulgação de conhecimentos em gerenciamento de projetos, Dentre elas, destaco a IPMA (International Project Management Association) e certificações baseadas em competências.
2) Temos ainda as metodologias ágeis, dentre as quais se destaca o Scrum, bem como as certificações CSM e CSPO da Scrum Alliance. Como novidade, temos a certificação PMI-ACP.
3) O repertório do GP deve ser o mais amplo possível de modo que ele seja capaz de usar suas diferentes habilidades e técnicas conforme as necessidades de cada projeto. Neste sentido, vale a pena conhecer PRINCE2.
4) Saliento que a busca das certificações deve ser aliada à busca de conhecimento e experiência prática. As certificações abrem portas, são um diferencial competitivo. Porém, uma vez contratado ou promovido a gerente de projetos, você precisará mostrar serviço. Competência e resultados são os pilares que vão te sustentar no cargo.
5) Dica importante: procure se envolver com outros profissionais de GP, Chapters do PMI e outros grupos de seu interesse. Veja esse podcast do Ricardo Vargas sobre voluntariado.