Diagrama de Ishikawa & o Desenvolvimento de Cronogramas
O Diagrama de Ishikawa também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito ou Espinha de Peixe permite estruturar hierarquicamente as causas de determinado problema ou oportunidade de melhoria. Pode ser utilizado também com outros propósitos, além do apresentado, por permitir estruturar qualquer sistema que resulte em uma resposta (uni ou multivariada) de forma gráfica e sintética.
([USP], http://www.esalq.usp.br/qualidade/ishikawa/pag1.htm)
Por conta de um antigo chefe e hoje amigo e parceiro de artigos e seminários, eu tive a oportunidade de identificar usos complementares para diversas ferramentas da Qualidade para o planejamento e controle de projetos. O Diagrama de Ishikawa é uma destas ferramentas e a aplicação a seguir foi sugerida por este parceiro, Jefferson Guimarães.
Ishikawa e o Desenvolvimento de Cronogramas
Em sua aplicação tradiciona, Ishikawa é também chamado de Diagrama de Causa e Efeito; As causas de um problema podem ser agrupadas, a partir do conceito dos 6M, como decorrentes de falhas em: materiais, métodos, mão-de-obra, máquinas, meio ambiente, medidas.
Para o Desenvolvimento de Cronogramas, precisamos compreender que um “Projeto” é um “Processo”, no sentido em que fornece um resultado a partir de um conjunto de entradas e o seu processamento.
Considerando que um Projeto é decomposto em fases e atividades menores que o constituem, também devemos assumir que toda tarefa é um processo e que um projeto é um somatório de tarefas/processos coordenados para gerar os resultados principais desejados.
Se agora considerarmos que o RESULTADO de uma tarefa ou projeto é o EFEITO desejado, vamos utilizar o 6M para detalhar os elementos necessários para a bom desenvolvimento de nosso cronograma.
Por assim dizer, para desenvolvermos um bom cronograma:
- Devemos identificar qual é o conjunto de tarefas necessárias à realização de nosso projeto;
- Devemos identificar quais são os elementos necessários (6M) para cada tarefa a fim de que gerem o efeito desejado.
Com a aplicação contínua deste conceito, ao longo do trabalho que realizamos juntos em um importante projeto na área de óleo e gás em que estivemos envolvidos com o seu planejamento, percebemos ainda um ponto de melhoria ao diagrama para permitir a gestão financeira do projeto: A inclusão de mais uma dimensão: MOEDA.
O resultado prático para o desenvolvimento de cronogramas é uma análise coerente e completa dos recursos necessários para a realização das atividades necessárias, garantindo assim um planejamento adequado dos materiais, máquinas e mão de obra necessários, um entendimento do impacto do meio ambiente ao trabalho, bem como um entendimento sobre a necessidade de financiamento do projeto (moeda). O “método ou medida” nesta dinâmica representa tanto a identificação dos tempos necessários de cada tarefa em função dos recursos necessários (medida), como o próprio conjunto de tarefas necessárias ao cumprimento de um objetivo (método).
Leitura complementar:
- Encontrei este post após a publicação do meu, com um check-list para cada M.
- Vale conferir! http://ely.blog.br/2013/02/26/6ms-como-premissa-de-checklist-para-inicio-de-tarefa-ou-pacote-de-trabalho/
- Método: temos o método para realização do trabalho definido?
- Matéria-prima: temos todo o material para o trabalho?
- Mão-de-obra: temos toda mão de obra necessária e capacitada?
- Máquinas: temos todas as máquinas, equipamentos e ferramentas necessários para realização do trabalho?
- Medida: temos clara a forma de mensurar a realização do trabalho?
- Meio ambiente: temos atendido todos os requisitos de SMS (segurança, meio-ambiente e saúde) para a realização do trabalho.
- E para o nosso “7M”, seguindo a linha de raciocínio acima, teríamos:
- Moeda: temos a condição econômica/financeira para realizarmos o trabalho? Os custos foram registrados? O preço está adequado?
Ishikawa e o Controle de Projetos
Após a aplicação do 7M no planejamento, durante a execução e controle do projeto pode ser muito interessante fazer um levantamento para cada atividade em que não se obteve um resultado esperado de qual foi o “M” que parece ter sido o principal responsável pelo problema.
Uma vez cadastradas as várias causas para as diversas atividades que não tiveram o resultado esperado, podemos utilizar outra ferramenta da qualidade para focar a atenção em um grupo de atividades e com isso solucionar uma grande parte dos problemas: Diagrama de Pareto, que veremos em uma futura postagem.
(“O diagrama de Pareto é um gráfico de colunas que ordena as frequências das ocorrências, da maior para a menor, permitindo a priorização dos problemas, procurando levar a cabo o Princípio de Pareto – 80% das consequências advêm de 20% das causas”, Wikipedia).