Perspectivas Econômicas para 2012 II – Pré Sal
Por: Vitor Vargas
O setor petrolífero continuará sendo a “menina dos olhos” do governo e da economia e segundo o presidente da estatal brasileira (PETROBRAS), José Sergio Gabrielli, durante o Fórum Global de Energia em Nova York, disse esperar que a economia brasileira cresça 5% em 2011, e citou o aumento de 10% no consumo de petróleo no país nos últimos nove meses de 2011, algo que ainda veremos em 2012.
Ainda no setor petrolífero, tivemos ao longo de 2011 uma grande movimentação de empresas, algumas vendendo ativos, outras comprando, algumas querendo maior participação no mercado e outras procurando sócios locais, assim irei citar algumas cifras que aguardam para 2012:
Após vender seus ativos no Brasil para a Maersk Oil por US$ 2,4 bilhões, no fim de 2010, a SK Energy prepara sua volta ao país. A companhia está com planos de retornar ao setor petrolífero brasileiro em breve, buscando a consolidação na área de exploração e produção de petróleo e derivados.
A Rolls-Royce recebeu da Petrobras novos contratos com valor potencial de USD 650 milhões para apoiar as atividades de produção offshore da empresa no Brasil. A companhia fornecerá à estatal 32 turbogeradores com turbinas a gás RB211, incluindo unidades de recuperação de calor, para atender aos requisitos de geração de energia de oito embarcações FPSO (Floating Production, Storage and Offloading) distintas, utilizadas no processamento de hidrocarbonetos e no armazenamento de petróleo.
Esses equipamentos operarão nos campos petrolíferos de Lula e Guará, localizados na área do pré-sal da Bacia de Santos, ao largo do litoral brasileiro e serão entregues em grupos de quatro, sendo que as primeiras unidades estão previstas para entrega no primeiro semestre de 2013. Cada uma das oito plataformas flutuantes (FPSO) serão equipadas com quatro turbogeradores com turbinas a gás. Todos esses projetos já iniciam logo nos primeiros dias de 2012.
Em consonância com a alta demanda interna por petróleo a Petrobras comunicou em 01/12/2011 ao mercado uma nova descoberta de petróleo de boa qualidade – 25° API – durante perfuração do poço 4-BRSA-946C-SPS, informalmente denominado Biguá. O poço está localizado no bloco BM-S-8, em águas ultraprofundas do Pré-Sal da Bacia de Santos, a 270 km de distância da costa do Estado de São Paulo, na área do Plano de Avaliação da Descoberta de Bem-Te-Vi.
A estatal é operadora do consórcio (66%) em parceria com a Shell (20%) e Petrogal Brasil (14%). A participação da Shell foi adquirida pelas companhias Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás Ltda (10%) e Queiroz Galvão Exploração e Produção S.A. (10%), mas a negociação ainda está sujeita à aprovação final pela ANP (Agência Nacional de Petróleo). “A presença de hidrocarbonetos reforça a existência de um sistema petrolífero atuante no pré-sal da área e a continuidade das atividades exploratórias ratifica a confiança do consórcio no potencial do Bloco BM-S-8” declara o CEO da Queiroz Galvão, José Augusto Fernandes.
Essa descoberta e as próximas que certamente virão, só comprovam o potencial do pré-sal e a demanda por mais profissionais especializados em gestão, principalmente no tocante de inovação tecnológica, pois são diversos os desafios em se desenvolver campos que provém óleo do pré-sal. Aliado a essas inovações tecnológicas grandes empresas já começaram a se movimentar e novos anúncios de projetos que possuém inovações tecnológicas estão por vim, como é o caso da Rolls-Royce e a chinesa Bestway Engenharia que comunicaram 01/12/2011 o lançamento de uma variedade de novos projetos para navios energeticamente eficientes, que foram criados pensando nas futuras exigências da indústria mundial de marinha mercante. Os novos projetos de navios altamente eficientes foram produzidos combinando a expertise das duas companhias e contará com avançados sistemas de propulsão Rolls-Royce. Eles são fabricados especificamente para atender as necessidades da marinha mercante, onde as baixas emissões de poluentes e custos operacionais reduzidos são pontos-chave.
As empresas anunciaram esta colaboração há um ano e estes novos projetos são os primeiros produzidos pelas companhias do Joint Project Team. Os tipos de embarcações incluem carregadores de gás natural liquefeito (GNL), porta-contêiner e navios de carga em geral, todos projetados para cumprir e até mesmo superar futuras metas de emissão. A Rolls-Royce recebeu esta semana da Petrobras novos contratos com valor potencial de USD 650 milhões para apoiar as atividades de produção offshore da empresa no Brasil.
Outro profissional com alta valorização no mercado será aquele com experiência em parcerias internacionais, especializado em fusões, o novo gerente de projetos deverá saber balizar os interesses de ao menos dois clientes que muitas vezes são extremamente distintos e o domínio de uma língua estrangeira será cada vez mais exigida.
E muitos serão os projetos de infra-estrutura, que é ainda sem dúvida o grande problema brasileiro e o funil para uma, ainda maior, aceleração da economia. No seminário realizado pela Shell, em dezembro 2011 no Museu de Artes Modernas (MAM), no Rio de Janeiro, o professor Edmar Luiz Fagundes, do Grupo de Economia da Energia da UFRJ, apresentou no painel “O Renascimento de uma tecnologia estratégica”, detalhando como o gás natural liquefeito (GNL) pode ser uma opção viável para os países emergentes. Segundo o professor, o contrato de longo prazo entre transporte de petróleo entre duas companhias é de um ano. No caso do gás natural liquefeito, esses contratos são de mais de 20 anos.
Segundo Marco Antônio Almeida, secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, o governo brasileiro não vê necessidade de uma expansão na malha de gasodutos do país pelo menos nos próximos cinco anos, já que existe capacidade ociosa na malha atual, disse o secretário nesta terça-feira. Pela Lei do Gás, caberá ao governo pesar a oferta e a demanda pelo insumo para delinear onde poderão ser feitos novos dutos. Mas as empresas também poderão apresentar propostas de novos projetos, sujeitos à aprovação do governo. Veremos em 2012 novos contratos sendo negociados bem como modelos de contratação mais modernos alinhados ao cenário atual de demanda.
O Rio de Janeiro continuará sendo em 2012 uma referência para os investidores externos, por isso, ainda em dezembro de 2011 a agência de classificação de risco Fitch atribuiu ao município do Rio de Janeiro o grau de investimento, um ano após classificação idêntica dada pela agência Moody’s. A nota é BBB, em perspectiva estável, a mesma que têm atualmente o País, o Banco do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Petrobras. (J.Commercio, Rio de Janeiro). O grau de investimento atribuído dá mais credibilidade a região e possibilita que grandes fundos, principalmente os de pensão (onde se localiza grande parte do dinheiro mundial) invista em ativos locais.
Contudo precisamos ter cuidado com a forma que esse dinheiro entra no mercado, pois boa parte dessa quantia não se preocupa com desenvolvimento da região, estão em busca tão somente das altas taxas de juros praticadas, justamente para pagar as dívidas dessas mesmas empresas no exterior, ou seja, boa parte desse dinheiro mal entrará no Brasil.
É esperado ainda um Parque tecnológico, que no dia 8 de dezembro/11, uma delegação do estado de Massachussets (EUA) e alguns executivos da EMC estiveram no Rio de Janeiro para a cerimônia de colocação da pedra fundamental do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento que a EMC vai instalar no Parque Tecnológico da UFRJ na Ilha do Fundão. A EMC está presente em mais de 80 países, mas tem a sede dela em Massachussets. A EMC quer tornar esse centro de pesquisa num “hub de Inovação” mundial para TI em Pesquisa de “Big Data” em Óleo e Gás. (NN – Redação). Esse é mais um investimento interessante para o país, pois trata-se de desenvolvimento tecnológico.
Quando o assunto é américa do sul, os países da américa latina estarão cada vez mais próximos, ainda continuaremos vendo países como Argentina, Venezuela, Chile e Peru com alta expressiva do PIB e o Brasil continuará tendo forte influência, mesmo com o crescimento mais moderado que comparado a esses países.
Foi o que propôs a nossa Presidente, Dilma, no encontro ocorrido entre os países da América Latina em 02/12/11, propondo uma integração ainda maior entre os países.
Ao lado do presidente venezuelano Hugo Chávez, presidenta Dilma defende, em Caracas, integração da América Latina para garantir o crescimento econômico dos países da região. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
A presidenta Dilma Rousseff defendeu a integração produtiva entre os países da América Latina e do Caribe como forma de enfrentar a crise internacional e assegurar o crescimento econômico da região. Após reunião com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a presidenta afirmou, em Caracas, que aposta na integração como “motor de desenvolvimento”.
“Eu considero que estamos numa outra fase. Nós podemos construir uma integração que seja realmente produtiva e que nos leve ao crescimento das economias e dos nossos povos. E nos leve a um processo que não seja a exploração de um país por outro”, disse.
Segundo Dilma Rousseff, os países da América Latina podem alcançar papel estratégico no cenário internacional não apenas por suas taxas de crescimento elevadas, mas porque substituíram suas teses sobre o desenvolvimento. Citando o economista Celso Furtado, ela lembrou que o verdadeiro caminho para o desenvolvimento é crescer com inclusão social e distribuição de renda.
“Nunca antes tivemos uma oportunidade tão grande para fazer com que este continente tenha uma importância e um papel estratégico no plano internacional. Não só porque, ao contrário de muitos outros países, incluindo os desenvolvidos, somos um continente com taxas de crescimento elevadas em relação aos Estados Unidos e à Europa, mas, sobretudo, porque mudamos nossa concepção de crescimento econômico. Abandonamos a tese de que era possível aos nossos países crescer sem que nossos povos usufruíssem.”
Ainda em dezembro de 2011 tivemos a visita da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde ao país em busca de mais dinheiro para ajuda dos países endividados da zona do Euro, mesmo tendo saído sem o dinheiro, teve a oportunidade de elogiar o país afirmando que a econômia brasileira é forte e sólida. Realmente isso é bem verdade, temos vários mecanismos que ainda deverão ser usados ao longo de 2012 para diminuir os efeitos da crise. Os profissionais em gestão devem estar atentos a essas medidas, pois poderá ser necessário rever várias estatísticas e alguns gestores deverão de forma rápida colocar em prática alguns dos projetos que ainda não tinha atratividade econômica.
Presidenta Dilma Rousseff recebe, no Palácio do Planalto, a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde. Em discussão, a crise internacional e seus efeitos nos países emergentes. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
O nosso ministro da fazenda, Guido Mantega, passou ao longo de 2011 afirmando que o Brasil tem condições para conter os efeitos da crise e temos mesmo
Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, falam no plenário da Câmara sobre as medidas do governo para conter o impacto da crise financeira dos EUA e da Europa. Ao centro, o presidenta da Câmara, Marco Maia. Foto: José Cruz/ABr
Entre os recursos para conter efeitos da crise, Mantega citou a manutenção de um aperto fiscal; a contenção do crescimento dos gastos públicos, com o auxílio de prefeituras e governos estaduais; as reservas internacionais brasileiras, que hoje giram em torno de US$ 347 bilhões; além do mercado interno fortalecido. O ministro lembrou, ainda, da nova política industrial lançada na última semana, o Plano Brasil Maior, como medida para fortalecer a indústria nacional frente à crise global.
Referências:
NN Notícias : www.nn.com.br
Blog do Planalto: blog.planalto.gov.br
Por: Vitor Vargas